"Bucólica e singela,

Rosto corado de tantos gracejos,

Pura, intacta,

Na minha frente a me olhar.

Mas, no fundo, em seus olhos,

Marcas de uma história sofrida.

Como tanta inocência fora maculada?

E como, ainda, tornou-se mais inocente?

Essa é sua verdadeira essência,

Sua alma,

Que desbanca os mais fortes,

Simplesmente com a sensação de sua presença.

Seu corpo, já maltratado,

Mantém o mesmo cetim

De quem quer muito amar.

Sua insistência na inocência

É o que me embriaga,

Depravando-me em pensamentos,

Delirando ao, inutilmente,

Arriscar-me num olhar".